Ontem era noite de conhecer. Estava determinada a isso. Mas o mundo estava cansado, eu estava cansada e as distâncias eram grandes. Então liguei a televisão e fui apresentada, sem preâmbulos, a Rita Levi-Montalcino. Fiquei fascinada!

Na minha ignorância, não sabia da existência dessa italiana que provou o crescimento contínuo dos nervos e assim, ventilou a possibilidade de controlar uma série de doenças degenerativas do sistema nervoso como o mal de Alzheimer, a atrofia dos nervos e o mal de Parkinson. Essa pesquisa, na qual trabalha até hoje, deu a Rita o Prêmio Nobel de Medicina de 1986.

No mês passado, Rita fez 100 anos. E do alto de seus conhecimentos em neurologia e funções cognitivas, deu o seguinte conselho para quem quiser chegar a um século de vida: “Mantenha seu cérebro com ilusões. Tenha curiosidades e paixões". E completou: “meu cérebro está igual como quando eu tinha 20 anos. Não noto diferença nem em ilusões, nem em capacidade”.

Rita deu, ainda, mais dois conselhos para os que queiram viver bem durante muito tempo: “não cultive arrependimentos, coma pouco e não tenha marido”. Fiquei pensando que mesmo confessando nunca ter tido outra paixão que não a ciência, Rita deve saber muito bem que marido é uma coisa, paixão é outra.

Quanto as diferenças cerebrais entre homens e mulheres, Rita está convencida de que as funções são diversas sim, mas nas funções relacionadas com as emoções. Quanto as funções cognitivas não tem diferença alguma. Ou seja, eles podem não sentir, mas tem capacidade cerebral suficiente para entender o que as mulheres sentem.

Outra análise sensacional de Rita e que "a razão é filha da imperfeição". Segundo ela, nos invertebrados tudo está programado: são perfeitos. Em nós não. E, ao sermos imperfeitos, temos que recorrer a razão e aos valores éticos. Mas se eu entendi direito, é aqui que está a cilada: quem coloca muita razão na vida, morre cedo.

Para viver 100 anos é preciso emocionar-se!

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