Sou radical, acredito que a pessoa é o tempo livre que ela tem. Eu explico. O presidente de uma empresa não é só um CEO. Se assim fosse, todos os executivos teriam os mesmos gostos, conversariam sobre as mesmas coisas, se emocionariam da mesma forma, teriam a mesma relação com a vida e com o mundo. Mas não é assim, cada pessoa é impar justamente por causa do que faz com o seu tempo livre.

O mesmo raciocínio vale para outras profissões como jornalistas, advogados, médicos e, até mesmos, atores e escritores. Todos são diferentes. Uma pessoa não é só a profissão que exerce, ela é os livros que lê, os filmes que vê, a relação que tem com os filhos, as viagens que fez, as experiências amorosas que teve, etc, etc.

É estranho como estamos acostumados a acreditar que somos aquilo que fazemos para ganhar dinheiro. Quando alguém nos pergunta quem somos ou quando perguntam quem é alguém que conhecemos, prontamente respondemos: sou dentista, sou professora, ele é funcionário público, ela é secretária.

É certo que fazendo parte de um grupo profissional, a pessoa tem com seus pares cursos, leituras e experiências em comum, mas isso não faz delas pessoas iguais. E o que as diferencia é, exatamente, o tempo livre.

Portanto, quanto mais tempo livre temos, mais espaço temos para sermos o que realmente somos. Por isso esse tempo é tão importante.

(13/07/2005 )